O ex-presidente Lula inicia na segunda-feira o seu primeiro tour político após o Supremo Tribunal Federal (STF) anular suas condenações na Lava-Jato e, com isso, permitir que seja candidato nas próximas eleições. A agenda do petista ainda será fechada durante o fim de semana e a direção do PT tem mantido em sigilo a maior parte dos compromissos, mas devem ocorrer encontros com o ex-presidente José Sarney (MDB), parlamentares e com representantes das embaixadas da Rússia, Reino Unido, Alemanha e Argentina.

Previsto inicialmente, o encontro com o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, não deve acontecer. Por parte do senador, a reunião poderia passar a impressão de uma articulação para usar a Comissão Parlamentar de Inquérito para atacar o presidente Jair Bolsonaro, provável adversário de Lula em 2022. Apoiadores do presidente poderiam se valer da conversa para tentar desmoralizar Renan nas redes sociais. Petistas também entendem que o encontro não seria conveniente neste momento.

Lula e Renan mantêm diálogo constante por telefone. Um apoio do emedebista em 2022 é dado como certo. Na eleição de 2018, o senador e seu filho, o governador de Alagoas, Renan Filho, se engajaram na candidatura presidencial de Fernando Haddad (PT), apesar de o MDB ter lançado o ex-ministro Henrique Meirelles na disputa pelo Palácio do Planalto.

Tanto Renan como Sarney apoiaram o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016, mas logo em seguida retomaram a relação com Lula. Durante os anos em que esteve no poder, o petista desenvolveu uma relação de amizade com Sarney, que se aposentou da política. A conversa dos dois na próxima semana deve acontecer dentro desse contexto.

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) também terão conversas com o ex-presidente. Freixo articula a sua candidatura ao governo do Rio no ano que vem e quer ter o apoio dos petistas. Contarato negocia a sua transferência para o PT e cogita disputar o governo capixaba no ano que vem. Outro encontro previsto é com Paulinho da Força, presidente nacional do Solidariedade.

Lula quer evitar que as suas conversas com políticos sejam vistas como parte das articulações para a construção da sua candidatura a presidente em 2022. O líder petista tem enfatizado que não é hora de falar em eleição e, sim, na necessidade de cobrar do governo Bolsonaro a adoção de medidas para combater a pandemia do novo coronavírus e seus efeitos econômicos.

FONTE: O Globo

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