A Pfizer, uma das fabricantes de vacinas contra covid-19 que devem ser aplicadas no Brasil, desmentiu, em nota divulgada nesta terça-feira (05), a informação do secretário estadual de Saúde do Maranhão, Carlos Lula, de que estaria fazendo negociações paralelas com governos estaduais para venda do seu imunizante. “A Pfizer continua em negociações com o governo federal para um possível fornecimento de sua vacina contra a Covid-19”, diz a nota.

Na segunda-feira (04), Carlos Lula, que é presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), alegando demora nas negociações do laboratório norte-americano e o Governo Federal, disse que os governadores iniciaram suas negociações paralelas, a fim de garantirem vacinas para as populações dos seus estados.

A empresa, no entanto, nega essa informação. “A Pfizer tem recebido contato de alguns estados brasileiros, mas a empresa aguarda a definição junto ao governo federal. Ou seja, não procede a informação de que a empresa mantém negociações paralelas com governos estaduais”, diz a nota por ela expedida.

Carlos Lula disse em entrevista à CNN Brasil que, com  demora do Ministério da Saúde para determinar o início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, alguns estados iniciaram negociações paralelas com a farmacêutica Pfizer para a compra de vacinas . 

“A Pfizer procurou estados e o Conselho Nacional de Secretários de Saúde, e a maioria dos estados demonstraram (sic) interesse. A gente sabe que o PNI (Plano Nacional de Imunização) é fundamental, queremos que o Ministério da Saúde coordene o processo, mas não vamos ficar de braços cruzados”, disse o secretário.

Carlos Lula declarou ainda que, por falta de entendimento entre as partes, a negociação do Ministério da Saúde com a Pfizer “vai fracassar”, e, por isso, a farmacêutica fez um aceno aos estados, que iniciaram negociações, mas a empresa discorda desse entendimento da autoridade maranhense.

Carlos Lula criticou ainda os entraves colocados pelo Ministério da Saúde devido a algumas cláusulas contratuais apresentadas pela Pfizer. “É muito preciosismo. A Pfizer colocou essa cláusula para todo o mundo, nos EUA, na Inglaterra, por que seria diferente no Brasil?”, questionou.

Segundo o secretário, o custo das vacinas ficariam com os estados, “a não ser que o ministério possa dar ajuda” financeira aos estados.