No último século, São Luís deixou de ser uma área iminentemente tomada por mangues e tornou-se a capital que conhecemos hoje.

Até o fim do século XIX e meados do século XX, 60% da área de toda a capital maranhense era tomada por manguezais. O processo, que a uma primeira vista pode parecer predatório, era inevitável.

É o que diz Luiz Eduardo Neves, geógrafo, professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), especialista em Geoprocessamento Aplicado ao Cadastro Multifinalitário pelo Centro de Desenvolvimento de Conhecimentos e Habilidades (CEDECON), mestre em Desenvolvimento Socioeconômico pela UFMA e doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC).

“Infelizmente, não havia outro limite de expansão que não fosse para as áreas de mangues. Ou a cidade crescia para os mangues, ou simplesmente não iria deixar de ser um pequeno lugarejo”, explicou.

Grandes concentrações de terra e bairros populosos da capital do Maranhão um dia já foram manguezais.

Ao longo dos anos, segundo o pesquisador, a área de cerca de 36 mil hectares foi reduzida a pouco mais de 18 mil hectares.

Apesar da devastação, São Luís segue sendo a cidade maranhense com a maior concentração de mangues em zona urbana de todo o Brasil.